ACIANF reforça protagonismo nacional em evento que lança a plataforma Gasto Brasil

ACIANF reforça protagonismo nacional em evento que lança a plataforma Gasto Brasil

A Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (ACIANF) marcou presença em um dos eventos mais relevantes do ano para o movimento associativista nacional. Na última quarta-feira - 23 de abril, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu uma solenidade histórica que celebrou os 20 anos do Impostômetro e lançou oficialmente a plataforma Gasto Brasil, ferramenta que inaugura uma nova era de transparência fiscal no país.

Representando Nova Friburgo, integraram a comitiva da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) o presidente da ACIANF, Roosevelt Serafim Concy, e o presidente do Conselho Fiscal, Sérgio Tadeu Miranda. Ambos reafirmaram o compromisso da entidade em defender os interesses do setor produtivo e lutar por um ambiente de negócios mais justo, transparente e eficiente.

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Roosevelt Concy, ao lado de Ruy Barreto Filho, Alfredo Cotait e Igor Baldez.

 

Gasto Brasil: transparência com profundidade

A nova plataforma Gasto Brasil permite que qualquer cidadão acompanhe, em tempo quase real, como a arrecadação pública é utilizada. Por meio de dados oficiais extraídos do Tesouro Nacional e atualizados quinzenalmente, é possível visualizar os gastos da União, Estados e municípios, com detalhamento por região, tipo de despesa e categoria funcional.

Entre os principais itens mapeados estão previdência, folha de pagamento do funcionalismo público, programas sociais e investimentos, representando 96% das despesas públicas monitoradas. A plataforma visa não apenas a transparência, mas também a consciência cidadã sobre o desequilíbrio fiscal do Estado.

 

20 anos de Impostômetro: R$ 40 trilhões em impostos pagos

O evento também celebrou duas décadas do Impostômetro – painel eletrônico que se tornou um marco nacional no debate sobre a carga tributária brasileira. Desde sua instalação, o dispositivo já registrou mais de R$ 40 trilhões em tributos pagos pela população.

Segundo dados apresentados, os setores que mais contribuem para essa arrecadação são a indústria (30% a 35%), seguida pelo comércio (25% a 30%) e pelos serviços (20% a 25%) – uma radiografia clara de que o setor produtivo brasileiro sustenta o aparato estatal, muitas vezes sem a devida contrapartida em qualidade dos serviços públicos.

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Painel do Impostrômetro na cerimônia.

 

“Se eu pago, eu exijo”: a contundência de Afif

O presidente emérito da CACB e idealizador do Impostômetro, Guilherme Afif Domingos, fez um discurso categórico. Resgatando a história do movimento, Afif relembrou que a luta pela transparência começou ainda nos anos 1980 com o “Movimento em Defesa do Contribuinte”. Para ele, o Impostômetro serviu para tirar o brasileiro da condição de súdito para elevá-lo à categoria de cidadão:

“O brasileiro ainda tem complexo de súdito. Não sabe que é ele quem paga. E quem paga, exige. Essa foi nossa missão: revelar o imposto embutido, mostrar que ele está em tudo o que se consome. A plataforma Gasto Brasil é o segundo passo. Agora vamos vigiar como e quanto se gasta”, declarou Afif.

Afif também criticou a recente reforma tributária, chamando-a de “desastre técnico”, e alertou que o próximo passo será o Dividômetro, ferramenta que medirá o endividamento do Estado. “Não podemos manter um Estado obeso às custas da população. Isso é inflação futura. É roubo do futuro dos nossos filhos”, afirmou.

 

Alfredo Cotait: “O Brasil não pode mais conviver com esse desequilíbrio fiscal”

Na sequência, o presidente da CACB e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP), Alfredo Cotait Neto, reforçou a urgência de um novo pacto entre Estado e sociedade:

“O Estado brasileiro precisa gastar menos, cortar custos e se adequar à sua realidade de arrecadação. Fizeram uma reforma tributária sem discutir o gasto público. Agora discutem a tributação da renda sem tocar na máquina pública. Isso é inaceitável.”

Cotait destacou que a sociedade civil, liderada pelas associações comerciais, precisa assumir a dianteira do debate:

“Nossa força está na base. Nossa confederação é independente e sustentada pelos empresários, não pelo governo. Por isso temos a legitimidade para cobrar, questionar e pressionar. A população precisa entender que o orçamento público deve ser gerido como o doméstico: não se gasta mais do que se ganha”, concluiu.

 

ACIANF: voz ativa na rede nacional

O presidente Roosevelt Concy reiterou que a ACIANF irá incorporar o Gasto Brasil em suas ações de comunicação e cidadania fiscal:

“Não basta informar, é preciso engajar. Vamos levar essa ferramenta para dentro da nossa sede, dos nossos eventos e para o centro do debate público de Nova Friburgo.”

Já o diretor Sérgio Tadeu Miranda destacou a importância do protagonismo regional no movimento nacional:

“A ACIANF tem autoridade e legitimidade para liderar esse debate. Vamos exigir com dados, com números e com coerência. Esse é o nosso papel.”

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Roosevelt Concy e Sérgio Tadeu Miranda na sede da ACSP.

 

Compromisso com a transformação

A ACIANF reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a defesa do contribuinte. O painel com os dados do Gasto Brasil será instalado na sede da entidade, oferecendo ao público acesso direto às informações que impactam seu dia a dia – do preço do pão à qualidade da escola pública.

Vamos à luta. Porque quem paga, exige. E quem exige, transforma.